segunda-feira, abril 15, 2019

Acesa Capuava sofre com regras para captação de recursos pela nota fiscal

Paulo Rezende
PUC-Campinas

Fernanda Teixeira, presidente
da Acesa Capuava
O programa Nota Fiscal Paulista, criado em 2007, teve alterações em suas regras feitas pelo governo do Estado anunciadas no início de 2017, para começar a funcionar no mês de março de 2018. Desde então, instituições como a Acesa Capuava em Valinhos têm dificuldades na captação de recursos através do cupom fiscal.

A Acesa Capuava atende crianças, jovens e adultos com transtorno do espectro autista, deficiência múltipla, deficiência intelectual e surdez. Em 2018, a instituição foi uma das entidades escolhidas no programa Criança Esperança da Rede Globo.

Segundo a presidente da Acesa Capuava, Fernanda Teixeira, em 2017 a instituição passou por algumas mudanças na equipe interna e conseguiram arrecadar pouco mais de R$ 71 mil. Porém, em 2018, a instituição arrecadou apenas R$ 32,6 mil, tendo queda de 55%. “Sobre este ano nós não conseguimos ter uma noção do quanto iremos arrecadar, pois ainda não chegamos nem perto do final do primeiro semestre, mas já notamos uma queda em relação ao ano anterior”, lamentou.

Devido a essa queda, Fernanda Teixeira comenta que a instituição fortaleceu outras formas de arrecadação. “Focamos na inscrição e participação em projetos sociais de empresas e instituições, leis de incentivo, comercialização de itens de decoração, realização de festas beneficentes e participação em feiras promovidas em Campinas e Valinhos, além da comercialização de pizzas”, afirmou.

Voluntário organiza cupons fiscais para a entidade
As arrecadações através dos cupons fiscais auxiliam principalmente os custos operacionais e de manutenção da Acesa Capuava. “Temos duas formas de arrecadação através da Nota Fiscal Paulista, a primeira por meio de estabelecimentos que nos cedem um espaço para nossas urnas próximas dos caixas e nos doam o cupom, então digitamos com a ajuda de voluntários no sistema do governo para a captação de recurso. Outra forma, inclusive que traz o maior retorno, é onde o consumidor pode doar voluntariamente os seus cupons fiscais sem o seu CPF, utilizando o aplicativo da Nota Fiscal Paulista através de smartphones e tablets”, explicou Fernanda.

O primeiro método apresentado pela presidente da entidade era o mais tradicional antes da mudança, em que as pessoas depositam o cupom em caixinhas distribuídas em supermercados, padarias e outros estabelecimentos. Já o segundo método, por meio do aplicativo da Nota Fiscal Paulista, é o novo meio apresentado pelo governo do Estado em 2017. “Os consumidores podem nos ajudar concedendo o CPF nos estabelecimentos e depois escolhendo a Acesa Capuava como entidade preferencial ou incluindo diretamente no sistema as suas Notas Fiscais das despesas pessoais”, afirmou.

Aplicativo vai substituir método atual de arrecadação
O método antigo de arrecadação ainda pode ser realizado devido ao governo do Estado ter postergado o prazo. “Na época eles tinham anunciado o cancelamento da possibilidade de nós digitarmos os cupons sem CPF, mas felizmente esse prazo foi alterado para até dezembro deste ano”, comentou Fernanda.

Com essa atualização, a Acesa percebeu que “quando o voluntário baixa o aplicativo e realiza o próprio cadastro dos cupons, o retorno à entidade é muito maior, por isso precisamos que mais pessoas nos ajudem com o cadastro dos seus cupons diretamente no aplicativo, indicando a Acesa como sua entidade preferencial. É importante que, ao fazer a doação, o consumidor não coloque seu CPF ou então cadastrar a Acesa como receptadora dos cupons, assim a doação será automática, bastando colocar o CPF do comprador no cupom fiscal”, revelou a presidente.

Caixa arrecadadora de cupons fiscais:
sistema vai até dezembro
O dinheiro arrecadado pela instituição pelo do programa Nota Fiscal é utilizado exclusivamente para o capital de giro da entidade. “Pagamos despesas mensais, como o salário dos profissionais que trabalham na Acesa”, comentou Fernanda.

A instituição ainda não teve corte de gastos, pois quando a medida foi anunciada eles conseguiram ampliar a base de voluntários que fazem a digitação dos cupons. “Essa mudança nos trouxe um equilíbrio financeiro no recebimento dessa doação. Além disso, ampliamos outras fontes de recursos através de projetos e leis de incentivo”, finalizou a presidente.

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