sábado, maio 18, 2019

População se queixa do ritmo das obras do BRT

Ana Paula Félix dos Santos
PUC-Campinas

O ritmo das obras do BRT de Campinas tem sido motivo de queixa na cidade. Moradores que transitam na região comentam que a cada novo trecho que se inicia na obra, vê-se um novo engarrafamento quilométrico nas vias. A preocupação se estende também aos lojistas da região, que notaram uma queda de até 50% no volume de vendas.

“Desde o início das obras, o trânsito se intensificou, isso fez os motoristas diminuírem a frequência com que param entre o trajeto de casa ao trabalho e consequentemente gera quedas bruscas nas nossas vendas”, diz a atendente Cláudia Santos, de 36 anos, que trabalha em uma farmácia popular no Jardim Florence, um dos trechos cortados pela obra. Outro que reclama é Vagner Pereira, de 51 anos, dono de uma lanchonete nas proximidades. “As pessoas evitam parar no estabelecimento para não chegarem mais tarde ainda em casa”, disse.

Lucas Santos, de 23 anos, que realiza o trajeto de carro para chegar ao serviço todos os dias, se queixa do que considera falta de organização por parte da Emdec (Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas), empresa responsável pelas obras. “Eu passo pela avenida nos horários de pico, de manhã e à tarde. Tem um novo trecho que se tornou de mão única recentemente e já ocorreram dois acidentes lá, sendo um deles fatal. É muita falta de fiscalização.”

Procurada pela reportagem, a Emdec informou que foram realizadas todas as medidas cabíveis para que a segurança fosse mantida no trecho que se tornou via de mão única, mas acrescentou que a negligência de alguns condutores foi maior. A assessoria de imprensa acrescentou que a obra do BRT visa justamente acabar com os transtornos no trânsito nos distritos do Ouro Verde e Campo Grande.

Já Sara Soares, de 21 anos, depende do transporte público para chegar ao trabalho, que fica no centro da cidade. Ela destaca: “já era complicado antes das obras. Depois só piorou, além dos ônibus estarem lotados, o trânsito não anda”, reclama.

Raphael Felizardo, de 30 anos, trabalha em um empresa às margens da avenida e afirma: “antes eu chegava no trabalho em quarenta e cinco minutos no máximo. Hoje vou de carona com um colega ou até mesmo de ônibus e não chego em menos de uma hora e meia. Está muito perigoso, as calçadas praticamente não existem mais e os motoristas só andam desviando dos buracos que se criaram nas pistas laterais que abriram quando a principal entrou em obra”.

Questionada pela reportagem sobre medidas que possam ser tomadas para o grande fluxo nos horários de pico, a Emdec informou que, além de cortar caminho por outras vias, as pessoas que se deslocam na maioria das vezes com veículo particular podem passar a utilizar mais o transporte público.

A entrega do BRT está prevista para o primeiro semestre de 2020. Haverá dois corredores, o Ouro Verde, que terá 14,6 km de extensão e partirá do Terminal Central (Viaduto Miguel Vicente Cury) até o Terminal Vida Nova, e o Campo Grande, que totalizará 17,9 km, iniciando nas proximidades do Terminal Mercado até o Terminal Itajaí.

Um comentário:

Unknown disse...
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