sábado, junho 15, 2019

Esse elenco fez gol de placa pela inclusão

Ana Carolina Zanieruskinos
PUC-Campinas

O time de futebol de amputados da Ponte Preta em campo
O time de futebol de amputados da Ponte Preta, antes conhecido como Cosmocity, começou apenas com dois atletas. Maurício Junior e Diego Silva se iniciaram no esporte como jogadores no time de Mogi das Cruzes, atual Corinthians. Mas, a distância era um grande empecilho para o andamento da carreira.

Por isso, Junior decidiu montar sua própria equipe. Jogando com atletas emprestados de outros times, o Cosmocity começou a ganhar visibilidade ao participar de torneios e então, associou-se à Ponte Preta.

Com 3 jogadores na seleção brasileira de futebol de amputados, a Ponte Preta é um time em ascensão que vem crescendo em técnica, sintonia e habilidade. Com chance de vencer o campeonato paulista, os jogadores visam um futuro em que poderão viver do futebol e se dedicar integralmente ao esporte.

O time possui um lema que é seguido à risca: “a vida foi feita para ser superada, e não lamentada”. Para Juninho, essa frase se faz presente que o futebol significa para ele, é uma prova de sua capacidade de realizar sonhos mesmo com suas dificuldades.

Junior conta que sente que através do seu sonho de ser jogador de futebol, pôde possibilitar a realização dos sonhos de outras pessoas e que, hoje, é o projeto de sua vida. Ele diz que o time significa transformação, pois traz um novo objetivo para a vida de muitas pessoas sem esperança “é uma chance de acreditar em si mesmo”.

Atualmente em segundo lugar do campeonato paulista da modalidade, a Ponte Preta Futebol de Amputados conta com o técnico César Costa, ex-jogador e tetracampeão do torneio amador. “É inspirador encontrar tanta força de vontade dos atletas”, afirmou. Os treinos da equipe são realizados uma vez por semana por conta da distância entre as cidades de cada um dos jogadores que, muitas vezes, não possuem recursos para fazer o trajeto até a cidade de Valinhos, onde é realizado o treinamento. São trabalhados velocidade, coordenação, mobilidade da bola e o uso da muleta, já que o time é formato majoritariamente por amputados que, muitas vezes, ainda possuem dificuldades na locomoção.

O sofrimento, o trauma e as dificuldades pelas quais os jogadores passaram são motivo de inspiração para o treinador. Ele ainda conta que considera muito mais fácil trabalhar com o time por ver grande força de vontade em cada treino. O trabalho de César é totalmente voluntário, ele diz que, hoje, vive seu sonho de ver os atletas jogando e define que a atividade de inclusão “é para pessoas que encontram no futebol uma nova vontade de viver”.



Regras
Para se tornar um atleta da modalidade, é preciso ter um membro amputado ou apresentar uma má formação congênita. Durante o jogo, os jogadores não podem usar a muleta para movimentar a bola e o objeto é contado como uma extensão do braço, por isso, pode ser considerado falta se a muleta estiver no alto e bater na bola.

Além disso, o goleiro é proibido de sair da área durante todo o jogo e em seu primeiro ‘tiro de meta’, a bola não deve passar do meio da quadra.

Um comentário:

Anônimo disse...

Parabéns aos atletas e comissão técnica!!
Um elenco de ouro sinônimo de amizade,empenho, solidariedade e resiliência!!
Parabéns!!
Forte abraço pessoal!
Burghi