sábado, maio 18, 2019

Cresce número de denúncias no Centro de Referência LGBT em Campinas

Paloma Pereira Ruiz
PUC-Campinas

Segundo dados do Centro de Referência de Campinas, o número de denúncias e violações de direitos humanos em razão da orientação sexual e/ou identidade de gênero aumentou em 712% entre 2002 a 2018.

Desde a sua criação o Centro de Referência LGBT de Campinas registra denúncias de casos de LGBTfobia na região metropolitana, totalizando 2.853 queixas nos últimos 16 anos. No período de 2002 a 2018, foram registrados um crescimento de 712% do número de casos relatados. Em 2002 eram 41 denunciantes, já em 2018 eram 333.

Essa situação de violência não é percebida por alguns integrantes da comunidade LGBT+. É o caso, por exemplo de Tiago Putti, de 35 anos, um dos secretários do coletivo LGBT Socialista Campinas, que afirma nunca ter passado por nenhuma situação de agressão física ou verbal, e não ter medo de caminhar pelas ruas em horários de baixa movimentação. “Eu me percebi homossexual desde criança, por volta dos 6 anos, mas não sabia o que era isso, por isso deixei de lado. Na adolescência tive maior clareza, mas não queria ser assim. Depois dos 20 anos iniciei formação para padre e tive acesso à filosofia e psicologia, que me ajudaram bastante. Depois saí do seminário com minha sexualidade bem resolvida, e hoje estou casado há 6 anos”, concluiu.

Entretanto, os números apontam na direção contrária. Os dados da ONG Grupo Gay da Bahia revelam que o risco de uma trans brasileira ser assassinada é nove vezes maior do que o de uma trans americana. EUA, com uma população de 330 milhões, registraram no ano passado 28 assassinatos de transexuais, enquanto no Brasil que possui uma população de 208 milhões, teve 164 mortes de indivíduos.

Ainda de acordo com a ONG Grupo Gay da Bahia, no ano passado, 420 pessoas LGBT+ morreram vítimas da violência, sendo 320 (76%) homicídios e 100 (24%) suicídios. Dessas 420 vítimas, 45% eram gays, 77% tinham até 40 anos. Os números também apontam que 58% eram brancos e profissionais do setor terciário e de prestação de serviços, 29% desses foram mortos com armas de fogo, 49% dos casos ocorreu na rua e apenas 6% dos criminosos foram identificados, de acordo com a ONG.

Um comentário:

Unknown disse...
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