PUC-Campinas
A morte de Agnès Varda, na última sexta-feira (29), pegou a todos de surpresa, pois o câncer, causa da morte, não havia sido revelado a imprensa. Ela morreu em sua casa, na França, cercada por familiares e amigos.
Juliana Sangion: "A gente hoje tem que conhecer os trabalhos dela" |
Agnès era conhecida por ser uma das pioneiras da Nouvelle Vague, um movimento que surgiu na França na década de 50, e que reagia de forma contraria às superproduções hollywoodianas da época, trazendo para os cinemas filmes mais pessoais e baratos.
Para Juliana, Agnès Varda já era uma ativista do feminismo desde os anos 1950 e gostava de expor isso principalmente quando dirigia. “Mulher pode fazer cinema, ela começou a evidenciar isso por meio da sua própria atitude no cinema dos anos 1950”, afirmou Juliana.
Dentre suas obras podemos citar "Cléo das 5 às 7" (1962), "As duas faces da felicidade" (1965) e "Os renegados" (1985), pelo qual ganhou um Leão de Ouro no Festival de Veneza. Varda foi indicada ao Oscar em 2018, mas acabou não vencendo. Para Juliana, devido à comunicação em massa, a cineasta não tinha a mesma proporção de fama dada a cineastas de blockbusters: “Não é todo mundo que a conhecia, principalmente porque não é todo mundo que tem acesso, devido à cultura de massa. A cultura de massa padroniza tudo, ela define o que chega para nós, em que quantidade chega, definindo o acesso aos filmes, então é obvio que não é todo mundo que ouviu um dia falar nela”, afirmou Juliana.
Sangion ainda ressalta que a morte de Agnès Varda não apaga suas próprias histórias, e suas obras podem ser acessadas e vistas ainda por quem se interessar a conhecê-la: “A gente hoje tem que conhecer os trabalhos dela, conhecer o que foi o movimento da Nouvelle Vague. Nem todo mundo conheceu ela, mas está aí a oportunidade de buscar conhecer e entender a obra deixada por ela, inclusive não só a dela, mas também de diretores e diretoras da Europa e também do Brasil”, finalizou.
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