PUC-Campinas
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Fonte: Observatório PUC-Campinas |
Segundo o estudo temático realizado pelo Observatório PUC-Campinas, “Trajetória das Mulheres no mercado de Trabalho na Região Metropolitana de Campinas”, sob o comando da professora doutora Eliane Navarro, do corpo docente da PUC-Campinas, os postos de trabalho com piores remunerações, seja devido a estrutura hierárquica de cargos e salários, seja devido ao segmento de atividade econômica, são ocupados por mulheres, o que embute uma estratégia de redução de custos.
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Fonte: Observatório PUC-Campinas |
O estudo mostra que as mulheres tendem a ser alocadas em departamentos com menor capacidade de remuneração. É no processo seletivo que ocorre a discriminação. Segundo a Rais (Relação Anual de Informações Sociais), as mulheres têm sido alocadas em postos de trabalhos pertencentes às categorias intermediárias nas estruturas ocupacionais. Por exemplo: trabalhadores nos serviços e vendedores de comércio, trabalhadores técnicos de nível médio e trabalhadores de serviços administrativos.
O período entre 2010 e 2018 é marcado por intensa instabilidade macroeconômica e política. Ainda assim a RMC apresentou um saldo positivo de 37.149 postos de emprego. Como já citado anteriormente, esse saldo tendeu a apresentar um critério de admissão mais concentrado na mão de obra feminina. O primeiro fator explicativo, segundo Eliane Navarro, se dá devido a dinâmica setorial. Numa perspectiva mais detalhada, os maiores saldos negativos foram observados na Indústria de Transformação e na Construção Civil, setores onde prepondera a participação masculina. Outro fator a ser considerado relaciona-se com o fato de que os salários femininos dos admitidos situam-se, aproximadamente, em torno de 80% dos masculinos, segundo dados do Caged.
Segundo a Rais, por escolaridade, a ampliação da participação da mulher também pode ser notada. A disparidade de remuneração inclina-se a ser na faixa mais escolarizada. Uma mulher contratada com superior completo recebe cerca de 65% do salário pago ao homem da mesma escolaridade.
Caso as mudanças previstas na reforma da Previdência sejam aprovadas, a situação da mulher tenderá a fragilizar ainda mais, uma vez que, não terá condições de garantir o valor razoável de aposentadoria. Os principais pontos de debates são: idade mínima; tempo de contribuição de 40 anos para ter acesso a 100% do teto do benefício; aposentadoria rural e benefícios de contribuição continuada (BPC) inferior ao mínimo.
Com essa tendência no mercado de trabalho, a flexibilidade que virá com a Reforma Trabalhista, fará com que contratos intermitentes e parciais sejam mais constantes. Além do mais, com o avanço do desemprego e a informalidade, a desestruturação do emprego formal, ao desestabilizar a base de contribuição do INSS, colocará em xeque o período de transição.
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