sexta-feira, abril 05, 2019

Estudo aponta queda na média salarial na RMC

Gustavo Goncalves Ferreira
PUC-Campinas

Uma pesquisa feita pelo Observatório da PUC-Campinas, publicada no dia 27 de março, mostrou uma queda de 7% nos salários em geral na região e que os mais afetados pela situação foram os universitários recém formados e os idosos.

De acordo com a Eliane Rosandiski, professora da PUC-Campinas, economista e responsável pela pesquisa, o principal fator do fenômeno observado decorre da concentração nas atividades de serviços. ”Com relação à queda nos salários, ela se deve à dinâmica do emprego ser concentrado nas atividades de serviços, que tradicionalmente a produtividade é mais baixa e remunera menos que a atividade industrial”.

A queda na média dos salários dos idosos é a maior em muitos meses. Para a professora Rosandiski, “os mais velhos são vítimas da rotatividade: eles têm maiores salários e são substituídos por menores salários de jovens recém-formados”.

Dinalva do Rosário, cozinheira, 67 anos,
diz que está cada vez mais difícil arranjar
emprego com um salário decente
Dinalva do Rosário, cozinheira, 67 anos, diz que está cada vez mais difícil arranjar emprego com um salário decente na região: “sinto que estou cada vez valendo menos, as coisas estão muito difíceis“. Dinalva começou a oferecer buffet para festas, por conta própria, para poder ajudar nas despesas da casa. Não só o salário dos acima de 65 anos vem caindo, a taxa de emprego anda bem difícil na região: em dezembro o saldo de emprego dos idosos no RMC foi de  -165.

Patricia dos Reis é uma das que sente o
fenômeno da queda dos níveis salariais
Jovens com ensino superior completo são a outra categoria que mais perdeu salário em fevereiro. Como os recém-formados vem cada vez mais aceitando um salarios menor para substituir os mais velhos, a média dos salários deles vem caindo  Patricia dos Reis é uma das que sente o fenômeno da queda dos níveis salariais na região: “Cada vez mais reduzem os salários que me oferecem e eu sou obrigada a aceitar para poder trabalhar”.

A professora Eliane Rosandiski diz que não é possível prever uma perspectiva de crescimento “ Não é possível afirmar nada, pois dentro dos serviços a atividade de ensino teve melhor desempenho e ela ainda é sazonal”. As pesquisas são feitas mensalmente pelo Observatório da PUC-Campinas.

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