Camila Fernanda de Paula
PUC-Campinas
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Apresentação dos alunos da Apae de Americana |
Na última quarta-feira, dia 17, a Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Americana e o Conselho Regional da Apae de Nova Odessa, com o apoio da Secretaria de Cultura e Turismo de Americana, realizaram o "Festival Regional Nossa Arte 2019” em Americana, no teatro municipal Lulu Benencase (R. Gonçalves Dias, 696 - Jardim Girassol, Americana).
Nessa edição do festival, 18 Apaes da região de Nova Odessa e Mogi Mirim se apresentaram. Depois dessa apresentação, os ganhadores vão para a classificação estadual, que vai acontecer em Valinhos no mês de julho e depois para a nacional, que vai acontecer no mês de novembro em Manaus.
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Alunos da APAE de Santa Bárbara D'Oeste |
No evento, os alunos que possuem alguma deficiência intelectual, associada ou não a outras deficiências, puderam expor seus talentos artísticos em um ou mais gêneros indicados pela regulamentação do festival: música, dança, dança folclórica, artes cênicas, artes visuais, artes literárias e artesanato.
A coordenadora de comunicação da Apae de Americana, Quelis Zacardi, contou, em entrevista, a importância do evento: “o festival é realizado desde 1991. É uma ação das federações nacionais, estaduais e regionais das Apaes. Há as classificatórias regionais, estaduais e nacional. É um festival muito importante porque ele coloca em foco a pessoa com deficiência e suas potencialidades. São apresentações teatrais e musicais. Os alunos recebem todo apoio e treinamento dos professores e voluntários”, disse. Quelis também conta que o objetivo do festival é a inclusão social, mostrar que os alunos da Apae são capazes.
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Sueli A.S Bonani, professora pedagoga da Apae de Americana |
Sueli A.S Bonani, professora pedagoga da Apae de Americana, conta que a arte pode desenvolver o aprendizado do aluno e ajudá-lo a se expressar melhor. “O trabalho com a arte desenvolve todo pensamento deles, a motora, psicológico, relaxamento, envolve tudo. A gente vê o interesse que cada um tem, o despertar dele, e com isso a gente vai descobrindo o que cada um tem, isso é muito mais valioso e importante. Conseguimos descobrir coisas fantásticas dentro deles, um despertar muito bom, desenvolve o aprendizado, a capacidade, a atenção, a parte motora, a gente não imaginava como isso é importante” afirma.
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Exposição de artes plásticas dos alunos da Apae |
Bonani completa que, ao ensinar alunos com alguma deficiência intelectual, obtém um novo aprendizado e alguma lição de vida a cada dia. “O amor é muito grande, amo demais, é um aprendizado, uma lição de vida para qualquer um e para qualquer relacionamento que tiver com ele, é especial, fora de série. Eu já estou há 24 anos na Apae e a gente tá sempre aprendendo todo dia”, diz Bonani.
O evento foi aberto ao público, e os pais e familiares dos alunos tiveram a oportunidade de vê-los demonstrar todos os seus talentos artísticos no palco. Marizete Perpétua da Silva, mãe de Richard da Silva, aluno da Apae de Americana que também se apresentou no festival, contou em entrevista que o trabalho com a arte ajudou o seu filho com a timidez e a se relacionar melhor. “Está incentivando o crescimento e o desenvolvimento dele, eu só tenho a agradecer tudo isso, meu filho era muito tímido. Ele está muito desenvolvido, abraçando essa arte de dançar e de se apresentar. Então, para mim, está sendo maravilhoso tudo. Richard é muito retraído e ele está se soltando agora através da dança, através da peça que ele vai representar, isso tá ajudando bastante no desenvolvimento dele”, afirma.
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Ana Laura Bernadi e Flávia Costa, coordenadora da APAE de Mogi Mirim |
A aluna da Apae de Mogi Mirim, Ana Laura Bernadi, se apresentou ao lado de seus colegas. Ela contou que adora assistir as apresentações de dança e que se emocionou muito. “Foi boa a sensação de estar no palco, fiquei bastante feliz. Eu adoro dançar e gosto da fanfarra, nós dançamos bastante e nos divertimos um pouco também. Adoro assistir as apresentações e a dança da cadeira de rodas me emocionou”, contou Ana Laura.
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