domingo, abril 21, 2019

ONG promove feiras de adoção para evitar venda e abandono de pets

Caio Martins Bueno
PUC-Campinas

Candidatos à adoção apreciam os filhotes
Todos os sábados, das 10h às 13h, os voluntários estão lá, na PetCamp Barão Geraldo (Av. Albino José Barbosa de Oliveira, 948) organizando a adoção de mascotes. Ali a palavra “vender” para os animais de estimação é proibida. O Grupo de Apoio ao Animal de Rua (GAAR) atua em Campinas há mais de 16 anos com o propósito de realizar atividades de castração, vacinação e doação. Para ser “aprovado” pela ONG, o candidato à adoção precisa fazer uma entrevista e pagar uma taxa de R$ 50, para a manutenção do trabalho voluntário.

O site gaarcampinas.org possui um formulário de pré-adoção, que tem como objetivo encontrar o animal ideal para cada tipo de pessoa. Lá, são levantadas informações sobre a família disposta a adotar, a futura moradia (condições do espaço), os cuidados e as preferências a respeito das características do animal. Isso facilita a adequação do pet ao seu novo lar.

No site também é possível visualizar o perfil de alguns dos animais disponíveis para adoção na ONG, trazendo suas características e uma descrição do seu comportamento.

Já nas feiras de adoção, é necessário passar por uma entrevista breve, com questões de cuidado e adequação. É necessário ser maior de idade, levar algum documento de identidade, um comprovante de residência e contribuir com a taxa de adoção de R$ 50. Caso deseje adotar um gato, também é necessário levar uma caixa adequada para transporte.

A ONG é formada por voluntários. Os recursos se baseiam em eventos e na sua loja, com a venda de produtos personalizados. Por isso, fazem um forte apelo para a participação do público, procurando auxílio para a hospedagem de animais e de profissionais do ramo veterinário, além da adoção dos pets.

Abandono de animais
O enfoque principal do grupo é a luta contra o abandono de animais. Por isso, incentivam a castração, com o intuito de controlar o crescimento da população e consequentemente evitar que cada vez mais animais fiquem à solta nas ruas. Além disso, promovem recomendações para a guarda responsável de cães e gatos, com indicações sobre vacinação, espaço adequado etc.

A médica veterinária Gabriele Bortolotto ressalta: “o processo de castração é importante para o controle de natalidade. Quanto maior a quantidade de animais de rua, maiores são as chances de atropelamento e mortes por doenças. A castração também evita certas doenças dos animais como câncer de mama e de próstata, infecções intrauterinas e problemas hormonais”.

Processo de adoção
Cleidson Capato, cidadão que optou pela adoção, diz que o desejo de ter um animal surgiu da sua família, principalmente por parte das crianças. Ao ser questionado sobre a compra de um animal, disse: “Sou contra a compra de animais, é melhor adotar e dar um lar feliz”.

A contribuição do público pode ser feita pelo site, aceitando qualquer valor de doação, com o objetivo de garantir a hospedagem, assistência médica, alimentação dos animais e outros gastos.

Thaise Piculi, diretora de comunicação da ONG, faz um apelo à população: “as pessoas são extremamente importantes: tanto voluntários como o público em geral. As pessoas precisam se conscientizar de que castração é a única forma de reduzir a superpopulação de animais contribuindo para a diminuição do abandono e do sofrimento. Os voluntários são o coração da ONG, sem eles nada seria possível. Agradeço imensamente cada um que doa seu precioso tempo em prol dessa causa tão nobre e difícil. O sentimento é de gratidão ao ver um animal que vivia nas ruas sendo feliz e amado com sua nova família. Não temos palavras para descrever, é muito gratificante mesmo”.

A ONG apresenta no site o espaço para a aceitação de voluntários e sócios. A participação dependerá da disponibilidade do envolvido, além da sua preferência em atuar em áreas como comunicação, transporte de animais, controle financeiro, lar temporário e auxilio nas feiras de adoção. Derian Lha, voluntário da ONG afirma: “perdi meu cachorro há dois anos e isso mexeu comigo. Decidi então ajudar os animaizinhos de rua. Em maio, completo dois anos como ajudante, e nesse processo aprendi várias coisas, como por exemplo lidar com o público, onde existem preconceitos com cor e raça desses animais, além de instruir pessoas em relação aos maus tratos e procedimentos que devem ser feitos para o bem-estar dos bichinhos”.

O grupo também possui uma linha de produtos, vendida na loja virtual, onde existem copos, chaveiros, camisetas, calendários e canecas, além de outros objetos personalizados do GAAR.

DPBEA
A Secretaria Municipal do Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Campinas possui um departamento de proteção e bem-estar animal, o DPBEA, especialmente dedicado para garantir o equilíbrio da proteção ambiental, elaborando políticas públicas e implementando programas de educação ambiental. Além disso, orienta e supervisiona outros órgãos a respeito da proteção dos animais.

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