Patrícia Kuae Neves
PUC-Campinas
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O apresentador Márcio Ballas |
Com o esgotamento rápido dos ingressos, cerca de duas horas e meia apenas, muitas pessoas não puderam participar do evento e por ter muita procura e interesse demonstrado no evento organizado no facebook, os organizadores procuram fazer o evento em um espaço que comporte um número maior de pessoas. O local e a data não foram divulgados.
As expectativas das pessoas antes do início do evento se baseavam no que elas assistiam pelos vídeos na internet. Segundo a analista de mídia Malu Azzoni, de 23 anos, que assistia o evento pela segunda vez, ela esperava ver ideias de vários temas.
O jornalista Rafael Gnipper: "é interessante ver a movimentação das pessoas". |
O evento deste ano foi organizado aos mínimos detalhes. O tema “aqui tem gente” foi abordado das mais diversas e criativas formas. Por exemplo a entrada das pessoas ao teatro que precisavam receber o símbolo de check (✓) fazendo apologia às verificações nos sites de internet para saber se “você é um robô” e garantir que ali tinha uma pessoa, que ali tinha gente como o tema sugeria.
O evento foi comandado pelo mestre de cerimônias Márcio Ballas que, com carisma, humor e improvisação, levou o público animado até a última palestra. Ocorreram muitos momentos de interação desde organizadores que fizeram o público interagir com o tema perguntando questões mais pessoais envolvendo medo, arrependimento e sofrimento, até o próprio palestrante que pediu a interação da plateia para apresentar sua música. O evento reuniu pessoas de diversos lugares, inclusive estrangeiros vindos do Peru, Bolívia, Equador, Venezuela e Colômbia.
Uma das palestras mais marcantes foi a de Guilherme Bara por falar de inclusão social de deficiente com tanta propriedade já que ele possui deficiência visual. Essa palestra causou um grande impacto especialmente na deficiente visual que estava na platéia Lethicia Massolini Romaqueli, de 26 anos que é escrevente técnica judiciária. Ela, que não sabia que haveria uma palestra ministrada por um deficiente visual como ela, se emocionou muito. Ao falar sobre a palestra de Guilherme, além de dizer que ele foi sua voz, ela afirma que "ele me representa principalmente quando diz: não sou super herói, não sou coitadinho, sou só o Guilherme e isso é o que eu tenho vontade de falar para todas as pessoas no ônibus, na rodoviária, no trabalho, na universidade, nas ruas, em todos os lugares: não sou herói e não sou coitadinha, sou só a Lethicia”. Ela ainda conta sobre o evento em geral que atualmente vivemos uma realidade em que a humanidade tem sido deixada muito de lado e lá ela conseguiu sentir uma humanidade sendo recuperada e muito aflorada em todo mundo. Além disso, sentiu as mais diversas necessidades sendo olhadas, exploradas, sendo resgatadas e concluiu que "eu acho que literalmente foi possível perceber que aqui tem gente.” Nesse quesito de inclusão social de deficientes, o evento ainda contou com tradução simultânea das palestras em libras.
O evento começou com a música de João Arruda e finalizou com a música de Lucas Soares terminando a noite em festa. Esse foi um dos diferenciais desse ano, além das 3 palestras a mais, comparado ao ano passado. Não apenas o diferencial, mas todo o evento encantou o público. Para Malu Azzoni "a mensagem principal desse ano foi que qualquer um pode provocar grandes mudanças. Mesmo uma menina de ensino médio, um menino sírio, um menino da periferia de Campinas. Basta conseguir fazer as perguntas certas, se permitir ser curioso e também errar. Mas principalmente, decidir agir sobre aquilo que nos incomoda de verdade”, ela conta mencionando os pontos principais de algumas palestras.
Apresentação do grupo Não Recomendados |
Já para o analista de RH, João Batista Tumiotto, de 29 anos, por mais que ele passasse o dia todo aprendendo e se “abastecendo" com as novas ideias, isso deveria se refletir com ações no cotidiano. Para ele, uma das palestras mais impactantes foi a de José Bueno por falar da simplicidade, e ele ainda enfatiza que "não damos valor ao simples, imaginando grandes coisas e às vezes passamos por isso despercebido e o simples é essencial, o menos é sempre mais” conta. Ainda acrescenta que outra palestra impactante foi a de Lucas Soares por ter se identificado com a música e seu projeto musical e, ao falar sobre uma das frases mais marcantes de Lucas Soares "onde não há arte, há espaço para violência”, acrescentou: "vamos cuidar do nosso pessoal, da nossa arte, para que a gente possa cada vez mais adquirir conhecimento e tornar o mundo cada vez melhor”.
Em entrevista concedida anteriormente por Mario Gioto, organizador licenciado do TEDx Campinas, de 32 anos, o trabalho do evento ainda não acabou. Agora seria o momento de editar todos os vídeos gravados das palestras e disponibilizá-los no canal de youtube TEDx Talks para que todos possam ter acesso às palestras. Além disso, esse é o momento em que recebem os feedbacks do público contando suas experiências durante e após o evento.
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