PUC-Campinas
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A professora Lígia Cristina de Souza Canova: "Surdos estão conquistando seu espaço" |
“Os surdos são protagonistas, aqueles que lutam, brigam e reivindicam os direitos que a eles são garantidos”, disse a professora Lígia Cristina de Souza Canova, de 40 anos, pós-graduada em Libras e coordenadora do evento.
Segundo Canova, a ideia de promover a Semana de Libras surgiu em 2016. Naquele ano, ela promoveu um debate sobre a escrita da língua de sinais (signwriting) e da língua americana de sinais (ASL) com os especialistas Salomé Dallan e Jason Nichols.
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Paloma Santana Peres da Silva: "Era horrível não conseguir falar com a minha própria mãe" |
Surdos e deficientes auditivos encontram grande dificuldade para conseguir realizar tarefas simples do dia a dia, como ir ao médico por exemplo. “É bem difícil ter alguém no local que saiba falar libras. Por esse motivo, ela não podia andar sozinha. Sempre tinha alguém da minha família ou eu mesma que ia junto para conseguir falar por ela”, disse Paloma.
Para a professora Lígia Canova, “o desejo é sempre de plantar a sementinha e proporcionar ao conhecimento desta cultura. Na 2ª edição do evento, tivemos três palestrantes surdos para mostrar à população que eles têm voz. Estão no mercado de trabalho e desenvolvem cadeiras acadêmicas”, afirmou.
Canova defende “uma proposta de educação bilíngue, em que se tramitaria a língua portuguesa e Libras. Se de fato isso ocorresse, as crianças surdas e ouvintes (termo usado para classificar as pessoas que ouvem) se misturariam e o uso comum da Libras a tornaria difundida entre a população. Se a sociedade fosse conscientizada desde o nascimento do bebê, muitas implicações culturais cairiam por terra. Mas a saúde pública carece de cuidados para que o número de surdos e deficientes auditivos natos diminuam. Se de fato a sociedade estivesse engajada em maior número, as dificuldades de acesso seriam menores”, disse.
A Libras foi criada sob a inspiração da Língua Francesa de Sinais. Em 1857, a pedido de Dom Pedro II, o conde francês Hernest Huet, que era surdo, veio ao Brasil para abrir a primeira escola voltada para deficientes auditivos. Os surdos brasileiros já possuíam alguns sinais para se comunicar e incorporaram os sinais da Língua Francesa de Sinais, dando origem a Libras.
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