domingo, junho 09, 2019

Apreensão de drogas cai 34,7%, mas número de usuários preocupa

Priscila da Silva Santos
PUC-Campinas

Loading...
Loading...
A Secretaria Estadual de Segurança Pública aponta redução de 34,7% nas ocorrências de apreensão de entorpecentes em Campinas no primeiro semestre de 2019, em comparação ao mesmo período do ano passado. Mas esses números não aliviam a preocupação com o número de usuários na cidade. O levantamento feito pela Secretaria Municipal de Assistência Social em 2018 apontou que, de 623 pessoas em situação de rua em Campinas, 80% (498 pessoas) eram usuários de drogas. 

Paulo Henrique, de 49 anos, ex-usuário de drogas: não foi fácil
Segundo a Coordenadoria de Prevenção às drogas de Campinas, a Prefeitura de Campinas dispõe de 100 vagas no Programa Recomeço, que ajuda dependentes que procuram recuperação voluntariamente. Mas este número é distante da realidade, e não considera todos os outros atendimentos feitos na cidade.

Drogas na adolescência
Cerca de 55,5% dos estudantes do ensino médio com idades entre 13 e 15 anos já consumiram álcool e drogas, segundo o último levantamento do IBGE. É o caso de João (nome fictício), que começou usando maconha aos 12 anos de idade e hoje, aos 18, conta que já experimentou mais de seis tipos de entorpecentes. “Eu usei maconha quando tinha doze anos. Foi com amigos, e pó foi em uma festa”. Segundo ele, as drogas já acarretaram muitos problemas. “Na época que estava usando cocaína, a minha mãe, a minha família, se afastou muito de mim. Porque como toda as mães, isso não agrada a ela, sabe? Ela ficou muito triste. E ano passado eu recebi uma herança que ia mudar a minha vida, mas gastei maior parte em droga, foram R$ 7 mil em seis meses em pó. Foi muita coisa”, conta.

A luta
Hoje, Paulo Henrique, de 49 anos, ex-usuário de drogas, relata como é enfrentar essa doença. Ele participou de um grupo que o ajudou no momento de maior dificuldade. “Falar que foi fácil, não foi. Foi muito doloroso, é um processo, teve momentos que cheguei a chorar de vontade de usar”, conta. Paulo, está livre das drogas há mais de 8 anos, mas segundo ele, trata-se de um processo diário. “O dia que mais importa é o dia de hoje, tudo que fiz hoje não me garante amanhã, amanhã terei que pegar e fazer tudo novamente”.

Nenhum comentário: