PUC-Campinas
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Ana Laura Cabral, do Jardim Nossa Senhora Aparecida: “agora fica praticamente o dia inteiro sem água" |
A moradora Luciana dos Santos, 47, dona de casa, do bairro Vale das Nogueiras, que é um dos bairros atingidos, relatou que já faz meses que isso vem acontecendo. “Já tem mais ou menos uns 6, 7 meses. Tem água na parte da manhã, na parte da tarde e à noite não tem, vai chegar só de madrugada”, afirma. A dona de casa completa ainda, que isso traz diversas consequências para seu trabalho do dia a dia, como fazer os serviços domésticos. “Tem que ficar economizando água da caixa, não tem como você tomar um banho, lavar uma louça, lavar roupa então nem pensar né? O DAE não dá uma explicação, só fica falando que é um problema na bomba mas essa bomba nunca é consertada”, diz a moradora.
Além disso, a moradora Ana Laura Cabral, 72, aposentada, do bairro Jardim Nossa Senhora Aparecida, também atingido pela falta d’água, conta que a situação piorou nos últimos tempos. “Antes acabava menos, agora fica praticamente o dia inteiro sem água”, diz. A moradora também acrescenta que além da demora, quando a água chega, vem poluída. “Fica desde de cedo sem água e quando vem, vem uma água suja, aí vai lavar roupa encarde, aí tem que lavar roupa de novo, não tem nem como você limpar a casa e nem tomar um banho”, diz a aposentada.
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Francisco Rangel: o departamento está fazendo reformas para melhorar a situação |
Rangel observa ainda que as altas temperaturas nos meses de dezembro e janeiro contribuíram para o aumento da falta d’água, pois a população gastava água ainda mais e o sistema não era capaz de aguentar tanto consumo. “O que aconteceu em dezembro e janeiro foram as altas temperaturas, tinha dia em Americana que chegava a 40° C. Com isso, o consumo da água aumentou 10 milhões por dia, de 82 milhões de litros consumidos pulou para 90 milhões, não tem sistema que aguente, eu não posso tirar mais água do rio, meu sistema de tratamento está limitado. Ele não é elástico, não consigo tratar mais água. Quem tomava um banho por dia, passou a tomar dois, as crianças brincavam ainda mais com a água por causa do calor, tinha gente que até jogava água nas paredes para tentar resfriar a casa. Isso também afetou o problema de falta d’água”, diz. Rangel também acrescenta que os canos da cidade precisam ser trocados, pois o material é de ferro, que acumula resíduos com o passar dos anos e, como esses já estão há mais de 30 anos sem serem trocados, encontram-se muito danificados, fazendo com que atrapalhe a passagem da água pelos canos.
Rangel completa que, nesse ano ainda, as reformas estarão finalizadas, isso será um grande fator para que a situação se normalize e o problema de falta d’água diminua. “A nova captação irá inaugurar agora em junho e isso diminuirá drasticamente a falta d’água. Além disso, vamos colocar novos reservatórios, por enquanto temos apenas um e vamos colocar mais dois, que até o fim do ano vai estar pronto. Nos próximos 10, 15 anos, Americana não vai ter mais problemas com a falta d’água”, afirma.
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